Arrombada
Nas ruas mais uma vez fui jogada,
arrastada, abusada, assediada
pelas luzes que apagam a noite brilhante
entre os goles de mentira fui levada,
até as lágrimas,
um banho de fonte,
um olhar de matante
ele veio pelas ruas,
ele veio pelos raios da manhã,
se rastejando como verme faminto
a devorar seu próprio ódio de desamor
coberta e aberta estava eu
a me envolver nos goles amargos da minha dor.
amor, você foi minha força entre chãos,
apagões e desmaios
amor, você foi a única coisa a quem eu queria dizer isso.
amor
eu não aguento mais,
ser o objeto de admiração,
amor
eu não aguento mais
guarda tanta coisa sem espaço,
sem um vão
EUFUIESTUPRADA
pelas madrugas,
pelo vinho, amigos...
socorro
não riam,
me tirem,
me joguem ao leu
eu prefiro meus vazios da madrugada,
do que amar a desgraça, de me destruir
agora eu prefiro minha solidão,
meu silêncio interno que grita sem mansidão
agora prefiro meus segredos sobre meu chão,
me aquecendo,
me tirando todo peso que não consigo mais falar...
irmão, idoso,
bêbado, aleatório, moto...
agora outro...
porcelana,
me quebro,
me deixo ficar
como segredo infinito,
não consigo desabafar,
falar
escrever poesia !
eu fui estuprada,
pelo vinho, pelos amigos,
pelo irmão, pelos homens
eu não sei mais o que sou,
se o pedaço das ruas ou do banco,
que ali passo minhas noites de sono
toda vez que estou na rua,
lembro de você
e lembro do quanto perigo sofri
para viver
e te ver sorrir
agora o urbano é meu lar
a noite meu cá
e eu nada sou pra mim mesmo
depois de todos me sugarem,
eu sou só as ruas que ficam a para
dia
tarde e noite
eu estou lá, eu sou o lar

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